Felicidade no Trabalho

A felicidade tem sido alvo de estudo ao longo de séculos e talvez seja o objetivo mais comum aos seres humanos.
A conquista da felicidade, historicamente, evoluiu desde a vontade dos deuses até à responsabilização individual. Dada a sua importância na vida de todas as pessoas, a Organização das Nações Unidas institui o dia 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade.

Atualmente, são muitas as definições de felicidade que podem ser encontradas na literatura, mas, frequentemente, está associada a um estado emocional positivo e a sentimentos de bem-estar.
A felicidade pode ser entendida como um estado de bem-estar subjetivo, através do qual, cada pessoa, individualmente, percebe a sua vida como uma experiência com significado e feliz.
A forma como cada indivíduo, internamente, entende as suas condições de vida e enfrenta os seus desafios, assume-se como fator determinante da felicidade, com um peso muito maior do que os fatores externos a si próprio.
No que concerne ao mundo do trabalho, volátil e em constante mudança, as exigências de conhecimento, desempenho, produtividade e eficiência podem colocar o trabalhador sob stresse e pressão continuados, levando-o à exaustão física e emocional, que terminará na síndrome de Burnout.
Contudo, há estratégias promotoras de saúde mental no local de trabalho, que contribuirão também para a felicidade, nomeadamente:
– definir um horário de trabalho e cumpri-lo;
– definir atividades prioritárias;
– organizar o trabalho por blocos de tempo;
– não se sobrecarregar com tarefas e delegar o que for possível;
– fazer pequenas pausas ao longo da jornada de trabalho;
– garantir intervalos no trabalho para fazer refeições;
– promover relações laborais positivas;
– focar-se nos fatores que estão ao seu alcance mudar;
– aceitar os erros honestos como parte integrante da função e aprender com eles;
– relativizar as dificuldades relacionadas com o trabalho e não as assumir como a totalidade da experiência de vida;
– promover uma comunicação eficaz;
– apostar no desenvolvimento de soft skills, como por exemplo trabalho em equipa, inteligência emocional, comunicação assertiva, resiliência, gestão de tempo, relação interpessoal ou flexibilidade;
– procurar um trabalho que permita os sentimentos de valorização, reconhecimento e realização profissional.
Um indivíduo, na sua vida, nunca assume só o papel de trabalhador nem vive exclusivamente a trabalhar. É importante valorizar também as outras dimensões e os outros papéis da sua vida, de forma a experimentar sentimentos de realização e bem-estar o maior número de vezes possível.
Existem estados e situações prazerosas, como a alegria, a satisfação, o convívio, a saúde, a segurança ou o otimismo, que promovem a felicidade. Por outro lado, há emoções que tendem a diminuí-la, como a tristeza, o medo, a raiva ou a ansiedade.
É importante que cada pessoa reserve diariamente tempo para si e que comece por refletir sobre quais são as situações ou as experiências que lhe promovem bem-estar (e não têm de ser atividades grandiosas ou difíceis de conseguir!). Alguns exemplos possíveis são: caminhar na natureza, ouvir o mar, observar o pôr-do-sol, correr, meditar, andar de bicicleta, pintar, ir ao ginásio, dançar, ver um filme… ou simplesmente parar e não fazer nada. Para o objetivo de promover bem-estar, não há umas atividades melhores do que as outras. As melhores para cada pessoa, são aquelas que gosta de fazer, que lhe fazem sentir bem!
Depois de feita esta descoberta subjetiva e individual, importa implementar no dia-a-dia estratégias de autocuidado, que garantam cuidar de si próprio, promovendo estabilidade e segurança para fazer frente às adversidades que, inevitavelmente, vão surgindo, muitas delas relacionadas com o trabalho…
A felicidade é uma experiência subjetiva que está muito mais relacionada com o interior do que com o exterior de cada pessoa. Não a procure no dinheiro, por si só, nem na comparação com os seus pares ou na aquisição de bens materiais altamente divulgados. Procure-a dentro de si, nos seus valores, nas experiências e atividades que lhe causam bem-estar.
Não ambicione ser feliz sempre, mas criar oportunidades que lhe proporcionem muitos momentos para estar feliz!

Susana Moreira
Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica
Mestre em Psiquiatria e Saúde Mental
www.susanamoreira.com
IG @saudementalporsumoreira
FB Saúde Mental por Susana Moreira

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